Powered By Blogger

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

O velhinho e o cordeirinho


Numa noite escura e profunda um homem estava a morrer.
O homem estava a caminho de casa. Durante todo ano trabalhou nos bosques,

sobre as montanhas, longe da sua terra.
Tinha trabalhado desesperadamente, sem descanso,
mas também assim tinha conseguido a colocar de parte algum dinheiro.
Tinha decidido voltar a casa.
Mas enquanto saía da floresta, começou um grande e assustador temporal.
A casa do homem estava ainda muito longe quilómetros e quilómetros.
O homem estava debaixo de uma árvore quando em raio desfez a árvore
Muitos ramos lhe caíram em cima.
Fugiu dali.
Perdia sangue de um braço e de uma perna.
Fugia debaixo da chuva, cobrindo apenas a cabeça com as mãos.
Caminhou, caminhou, para longe da floresta de tinha caido o raio.
Depois de muito correr, deitou-se aos pés de uma grande rocha.
A parede estava em estado de perigo, vertical.
Deitado por terra, ensopado pela chuva, desfeito da chuva e do frio,
perdeu todas as esperanças. O gelo que o congelava o leva a deixar-se morrer.
Abandonou-se quase com alívio na morte.
Adormeceu: o conforto, pensou, no último instante.
Mas ao improviso, cristalino, ouviu um gemido.
O gemido acordou aquele homem do sono da morte, era um grito na noite.

Parecia muito próximo, e muito longe.
Um cordeirinho preso da fúria da tempestade?
O homem mexeu-se.
Ele queria morrer, mas o cordeirinho? 
O cordeirinho gemeu de novo.
Ao homem moribundo faltavam as forças e a vontade de viver.
Porém o cordeirinho precisava dele.
O homem ouviu aquele gemido como uma invocação.
E encontrou a força para vencer o cansaço e o medo.
Salvaria o cordeirinho e voltaria a morrer: este pensamento deu-lhe vigor.
Colocou-se em escuta.
O cordeirinho voltou a gemer.
O homem fou atrás do gemido, mas de vez enquando parava.
A chuva feria-lhe a cara, mas sentia aquela vozinha fraca.
Ouviu-a, estava próxima.
Procurou nos cipestres e no meio dos ramos, mas o cordeirinho não estava lá.
Porém ouvia-o, como se saisse de uma grande rocha.
Entre a chuva viu um buraco na rocha e o gemido vinha dali.
Baixou-se e entrou na gruta, onde o cordeirinho estava ferido, numa poça de água.
Levantou-o.
Levou-o para um canto enxuto.
Pegou nele ao colo, apertou-o contra o peito para o aquecer,
e sentiu que o cordeirinho o aquecia a ele, e lhe dava vida.
Abraçados a noite ganhou calor!
Na manhã seguinte, um sol mórbido entrou na gruta e acordou o homem e o cordeirinho.
O homem acaríciou o cordeirinho.
Sentiu a pequena vida vibrar de fome.
Também ele também tinha fome.
Mas, sobretudo um desejo infinito de viver.
 Autor desconhecido

Sem comentários: